Como gerenciar os riscos em projetos arquitetônicos.

O gerenciamento de riscos é muito negligenciado durante a realização de projetos arquitetônicos. É preciso tirar partido de uma boa gestão de riscos para garantir o sucesso dos projetos, amenizando os imprevistos negativos e potencializando as oportunidades. A realidade aqui será identificar os riscos e analisá-los qualitativamente, planejar as respostas aos mesmos, controlando-os e monitorando-os.

“Risco é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, provocará um efeito positivo ou negativo nos objetivos do projeto.” (PMBOK)

Gerenciamento de riscos: risco ambiental, social e climático

Gerenciamento de Riscos

 

Identificar os riscos

 O primeiro passo na gestão de risco do projeto é identificar os riscos que estão presentes em seu projeto, isso requer uma mentalidade aberta analisando cenários futuros que possam ocorrer. Existem duas principais fontes para identificar riscos, pessoas e documentos históricos. Pessoas são os membros da equipe com suas experiências em projetos realizados e demais conhecimentos. Outra boa fonte são os especialistas externos por terem experiência com o tipo de projeto ou trabalho que você está enfrentando, eles podem revelar algumas armadilhas que você vai encontrar ou algumas oportunidades que podem não terem sido identificadas pela equipe.

H12S Serviços Educacionais: Riscos no Projeto – Uma Questão de Informação

Espectro de Gestão de Risco

 

Entrevistas e sessões de brainstorming com a equipe são os métodos mais comuns para descobrir os riscos que os intervenientes sabem. Os documentos históricos podem revelar as lições aprendidas e mostrar os riscos que ocorreram em projetos com mesma natureza ou tipologia. É importante combinar um número de diferentes métodos de identificação dos riscos para que a maioria dos riscos sejam documentados e posteriormente priorizados.

Análise Qualitativa

O método qualitativo para análise de risco foi concebido com o propósito de aumentar a sua consciência sobre os problemas potenciais, auxiliando na analise dos mesmos. A análise qualitativa é útil porque permite identificar rapidamente os riscos potenciais, bem como os bens e recursos que são vulneráveis ​​a estes riscos. Esta análise faz uso de cálculos básico, e que muitas vezes não é necessário saber o valor de todos os ativos em questão, permite realizar previsões com uma precisão suficiente para escritórios de arquitetura, a análise quantitativa é mais trabalhosa e há necessidade de contratação de um especialista para a realização da mesma, saindo do objetivo dessa dissertação.

A análise será realizada visando estimar o impacto associado ao risco e a probabilidade de acontecimento do evento através de um escalonamento ordinal, baixo = 0,1 à alto = 0,9, por exemplo. Segue abaixo uma análise qualitativa:

Matriz de Riscos (Matriz de Probabilidade e Impacto) - Ferramentas da Qualidade

Análise Qualitativa de Riscos

 

Outra abordagem para a análise qualitativa é uma avaliação por urgência, realizando uma programação mostrando quando no projeto o risco deve ser gerenciado. Alguns riscos não têm o potencial para ocorrer até o final do projeto, outros podem ocorrer mais cedo, e outros a qualquer momento. A avaliação de urgência identifica todo problema imediato para a equipe de gerenciamento de projetos e quais riscos ainda não estão em jogo. Essa análise possibilita a criação de uma estratégia de planejamento de resposta baseadas nas tendências cronológicas de acontecimento das ameaças e oportunidades.

Respostas aos Riscos

Com base na análise qualitativa, alguns riscos exigirão uma resposta no plano do projeto, alguns só exigem uma resposta no monitoramento do projeto e alguns não requer qualquer resposta. Se o risco é considerado elevado, é necessária uma resposta. O objetivo aqui é potencializar o acontecimento das oportunidades e minimizar o impacto ou a probabilidade de acontecimento das ameaças. As respostas a riscos negativos ou ameaças, são as seguintes:

  • Evitar: Significa levar a zero a probabilidade de acontecimento do risco, agindo diretamente na causa raiz do possível evento. Alguns riscos não podem ser evitados;
  • Mitigar: tem o objetivo de reduzir as probabilidades do impacto do evento até um limite aceitável para o projeto. O mais adequado é realizar essa ação no início do projeto, é melhor utilizar uma ação preventiva do que uma reativa que necessite contingência;
  • Transferir: o plano do projeto é alterado para que uma agência externa assuma a responsabilidade de lidar com o impacto do risco, o risco é transferido para terceiros;
  • Aceitar: Não há alteração no plano do projeto, porque o risco é tão insignificante ou tão improvável que nenhuma mudança é necessária.

As respostas às oportunidades são:

  • Explorar: Estratégia que visa explorar o evento, fazendo com que o risco aconteça e seus benefícios sejam explorados;
  • Aumentar: o plano do projeto é alterado de forma a criar uma oportunidade de melhoria na capacidade do projeto para alcançar seus objetivos, aumentado sua probabilidade e impacto;
  • Compartilhar: o plano do projeto é alterado de modo a trazer um parceiro externo para o projeto que cria oportunidades para melhorar um dos objetivos do projeto, essa parceria visa passar para um especialista a responsabilidade de lidar com a oportunidade, tendo em vista sua melhor capacitação para conseguir os resultados desejados;
  • Ignorar: A oportunidade é tão pequena ou tão improvável que o risco de alteração cria um risco negativo e supera a oportunidade.

Monitoramento e Controle de Riscos

O monitoramento e controle de riscos é o processo de “[…] acompanhamento dos riscos identificados, monitoramento dos riscos residuais, identificação de novos riscos, execução de planos de respostas a riscos e avaliação da sua eficácia durante todo o ciclo de vida do projeto” (PMBOK®). As respostas aos riscos planejadas, que são integrados no plano de gerenciamento de projetos pelo processo de Controle integrado de mudanças são, portanto, executada se o risco acontece.

O resultado destas respostas aos riscos deve ser avaliado também, possibilitando observar os impactos do mesmo ao objetivo do empreendimento. Além disso, o processo de Monitoramento do Risco e Controle tem que avaliar se as premissas do projeto ainda são válidas, se um risco foi alterado de seu estado anterior, se as políticas de gestão de risco adequadas e procedimentos estão sendo seguidos conforme planejamento e se as reservas de Contingência devem ser modificadas de acordo com o risco do projeto. É importante também registrar o risco e documentar o resultado das atividades de monitoramento do mesmo, possibilitando a comparação do previsto com o real, servindo de base de conhecimento para as lições aprendidas do projeto.

Esse processo deve ser encarado como um diferencial competitivo para o projeto e para o negócio uma vez que aumenta as probabilidades de sucesso dos projetos, valorizando a imagem do escritório de arquitetura e de todos os stakeholders. Um bom gerenciamento dos riscos contribui significativamente para aumentar a qualidade do projeto.

Você vai continuar arriscando empiricamente? Boa sorte. 

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